terça-feira, 8 de março de 2011

Icapuí, Costa do Sol Nascente

Em pleno carnaval de 2010, do Rio de Janeiro resolvemos fugir da folia e escolhemos um lugar pouco convencional. Localizado no Ceará, uma pequena região afastada da capital que faz divisa com Rio Grande do Norte. É lugar que poucas pessoas já ouviram falar, até quem mora no própio Ceará. Considerando a beleza do lugar, o fato de ser pouco povoado, tranquilo e barato de ficar, nos programamos para ir.
Para chegar até lá nos aventuramos em estradas que não conhecíamos. Chegamos no aeroporto em Fortaleza, pegamos um taxi e gastamos um dinheirinho salgado até a rodoviaria de Aracati, a sorte é que eramos 4.  Demoramos mais ou menos 4 horas. Graças a Gol e seus tradicionais atrasos em aeroportos, perdemos o ônibus que ligava Fortaleza a Aracati e o outro ônibus que ligava Aracati a Icapui. Depois da viagem no taxi em que todos estavam cansados e acabaram dormindo devido a noite mau dormida entre um aeroporto e outro (também graças a mudanças da Gol), chegamos a Aracati. De lá tivemos que arrumar algo que nos levasse para Icapui, acabamos achando um "transporte alternativo de origem duvidosa": Um carro com as portas amarradas por barbantes, cheio de poeira, com quase 30 anos, fazendo muito barulho, soltando fumaça e com um motorista que dirigia como se estivesse em uma pista de corrida, vamos dizer assim. Pelo caminho até Icapuí, poços de petróleo, salinas e imensos cajueiros tomaram conta da paisagem até que enfim, depois de uns 50 minutos, conseguimos chegar na pousada Beija-flor, localizada na praia da Redonda. A pousada é do belga Carlo que é auxiliado pelo Dudé. Uma ótima pousada, tranquila, bem atendida e bonita.

 A surpresa foi grande, pois nos deparamos com uma praia tranquila, de pescadores com casas simples e com falésias de cores fortes... paisagens desejáveis. Este local onde ficamos é na verdade uma vila de pescadores.



















No primeiro dia, como chegamos cansados e como já estávamos à tarde, passeamos pela praia da redonda. A vila de pescadores passa uma sensação de tranquilidade e que o tempo passa devagar.No dia seguinte fizemos um passeio de buggy que eles chamam de "ponta a ponta": fomos até Canoa Quebrada, o caminho todo pela areia da praia curtindo as mais belas paisagens.



Depois fomos até a outra ponta, na praia da Requenguela para voltármos também o caminho todo pela areia. Nós passamos pelas praias do Retiro Grande, Ponta Grossa, Peroba, Picos, Requenguela e outras.

Vimos o encontro do velho e do novo: casebres de beira mar simples e aerogeradores de energia eólica de fundo, uma cena única. Em vários pontos eles são avistadas e são um show a parte. Dom Quixote ficaria de queixa caído (licença poética...rsss)



Vimos também o mar avançando pela costa, e o guia nos disse que esse fenomêno é coisa frequente por lá, o que nos fez refletir sobre as mudanças climáticas também.

Visitamos um terreno onde um artista faz obras esculpidas na areia da falésia de uma casa. São desenhos como "A Arca de Noé", "Adão e Eva", "Nascimento de Jesus".
Conversamos com uma marisqueira no caminho e até ajudamos ela a procurar a Taioba, um molusco que se enterra na areia molhada da praia.

O visual das falésias é surreal. Nessa região de Icapuí a Canoa Quebrada está a maior extensão de falésias seqüenciais da América do Sul.


Passando em Ponta Grossa comemos lagosta (abrindo exceção ao vegetarianismo da gente), pescada de forma artesanal.
Lá se encontram várias nascentes de água doce que alguns animais como o peixe-boi, por exemplo, utilizam.  Entramos numa dessas nascentes vendo a água brotando das areias e pudemos experimentar entrar numa poça de onde não se consegue afundar.


Passando pela praia vimos um tubarão pego na rede de pescadores.



No quarto da pousada fomos visitados por um louva-deus.

Andar a noite na rua da vila e ver um céu estrelado devido a pouca luminosidade da rua não tem preço. Sem poluição luminosa. As pessoas iam para casa as oito horas assistir novela e nos olhavam com cara de estranhesa, dava pra ver que não eramos dali.

Pudemos fazer um outro passeio de buggy para o centro de Icapuí e dali fomos para uma salina e conhecemos um projeto de restauração de mangues, pois ali nas localidades os mangues estavam sofrendo deterioração devido as salinas próximas.

Por fim, uma coisa que pudemos sentir lá na pacata vila de pescadores da redonda foi o que é levar uma vida sem muitas necessidades. Isso porque a vida necessita de bem menos do que exigimos ou buscamos... Muitas coisas que temos são meros acessórios...
Em Cristo, 
Jorge e Andréa Tonnera




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