quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Porto de Galinhas

Para quem quer fazer um roteiro sem stress e quer fugir do agito da cidade grande, Porto de Galinhas, que fica no município de Ipojuca a 60 km de Recife (PE), é um lugar perfeito. Saímos do Rio de Janeiro de avião e chegamos em Recife em cerca de duas horas e meia para de lá seguirmos viagem de carro. A viagem de avião foi relaxante haja visto a visão das nuvens e o entardecer com o brilho do sol.
 
Para nós foi um coisa totalmente nova, pois nunca antes havíamos entrado em águas mornas, calmas e cristalinas, e nunca tínhamos visitado o nordeste. Ficamos na pousada Ecoporto de frente para o mar, não muito longe do centro. Logo no primeiro dia de manhã bem cedo caiu uma chuva que parecia querer estragar nossos planos, mas logo vimos que o nordeste é terra de chuvas passageiras e essa se foi com a mesma rapidez que chegou. Lá quando chovia era bem repentino e passageiro, coisa do tipo um temporal de poucos minutos.
Logo aproveitamos para fazer um passeio. Fomos de carro com um guia que ficava escutando Martinho da Vila o tempo todo para a vila de Gamela, ao sul de Pernambuco para pegármos um catamarã até a praia de Carneiros em Tamandaré.Aliás, o nome Tamandaré vem da língua indígena tupi e significa o repovoador. O interessante é que segundo a lenda, esse "repovoador" era um pajé a quem Tupã avisou que iria exterminar os homens com um dilúvio. Ao fim desse dilúvio Tamandaré vai reiniciar o povoamento da terra. Isso é a narrativa bíblica de Noé através de um povo que descendeu do pós dilúvio. Tamandaré possivelmente foi Noé.

Até chegar lá em Gamela, ao longo de praticamente toda a estrada vimos imensos cultivos de cana de açúcar, monoculturas que, aliás, que está no DNA do Brasil, infelizmente, pois é um sistema que degrada o meio ambiente. Essa paisagem homogênea foi entediante para Jorge, mas não para Andréa. 
Vale comentar que daí se faz mel da cana, que é um pouco diferente do mel de abelhas. 
A praia de Gamela onde pegamos o catamarã tem uma vista tremenda. No catamarã tivemos a oportunidade de assistir um grupo local de forró, na
verdade era um trio que era formado por familiares e eles nos acompanharam até o término do passeio. Foi muito bom sentir a energia da cultura regional através da música. O passeio foi agradável, assim como o mergulho nas águas tranquilas, mornas e claras da praia dos carneiros.
Com uma parada em um local de argilas fizemos o tradicional rejuvenecimento. Esse banho deixa a pele realmente lisa parecendo nova...
 
A noite fomos dar uma volta no centro e aproveitamos para comprar Artesanatos. Aliás artesanatos lá são fartos, nos chamando atenção os feitos de partes de coqueiro.

   No dia seguinte, fomos de jangada nas piscinas naturais na
maré baixa, foi quase mágico. Esse passeio depende do dia por conta do ciclo de marés. Para isso os agentes de turismo consultam as chamadas tábuas de marés. Mergulhar em meio a tantos peixes só com snorkell foi uma experiência especial. Considero a melhor parada que já fiz. Morariamos lá na vila de frente pra essas piscinas numa boa, sem dúvida. Um paraíso...
 

 
Fizemos um passeio de buggy até o Pontal do Maracaípe para ver o encontro do rio com o mar e visitar o mangue. Pelo caminho na cidade muitas galinhas enfeitam o lugar.  
Então fizemos um passeio de jangada pelo mangue e fomos ver os cavalos marinhos no estuário do rio maracaípe, onde é possível conhecer o habitat do cavalo-marinho. Antes conhecemos também a praia de mesmo nome onde rolam campeonatos de surf. 
 Na região do manguezal foi bacana. E bacana também foram os guias nesse trajeto, que explicaram um pouco do ecossistema, bem como nos mostraram e nos fizeram conhecer animais que vivem nesse habitat megaimportante: siris, caranguejos, chiê. Fomos de jangada sem motor, conversamos com o condutor, e pudemos até tentar remar um pouco, mas fui um fiasco.
 
Fiquei lá imaginando como viviam os primeiros habitantes dessas terras, do nosso Brasil. Sensação incrível. No outro dia fizemos mergulho com cilindro nas piscinas naturais o que foi
ainda mais fantastico do que ver as piscinas de cima. A fauna marinha diversa nos impressionou; embaixo d'agua parece que o universo é outro. Parecia que estavamos dentro de um aquário, mas na verdade isso é apenas uma impressão superficial, pois estavamos em um mundo totalmente novo. Noutro dia passeamos em Muro Alto, uma praia em que há uma faixa de pedras e onde é possível andar de jet ski, caiaque, ou simplesmente ficar de bobeira na água.
Lá encontramos com um artista que vendia um artesanato feito na madeira de uma árvore local. Ficamos encantados com seu trabalho sobretudo por ele ter talhado nosso nome na sua arte. Pudemos conversar um pouco com ele, o que faz dessa interação algo que realmente seja único e de valor atemporal. Tivemos também a oportunidade de conhecer um baobá, uma das maiores árvores que existe no mundo. Lá, no, distrito de Nossa Senhora do Ó, uma localidade afastada do balneário e dizem que baobás podem atingir até mil anos ou mais, imaginamos que ele ainda vai viver muito. 
O que posso dizer é que ficamos maravilhados diante da grandiosidade e força dessa vida. Pra quem não sabe o baobá é a famosa árvore citada no famoso e maravilhoso livro "O Pequeno Príncipe", de Saint Exupéry, um dos nossos livros preferidos. Aliás todo adulto deveria o ler. Esse baobá é a possível inspiração de Saint Exupéry quando ele passou por ali, ao escrever O pequeno príncipe. Baobás não são originários daqui do Brasil, eles são originários da África e Oceania. Foram pra cá  trazidos com os escravos. É uma coisa rara poder ver

aqui.






No último dia pudemos contemplar um nascer do dia na pousada e passeamos à beira-mar.

Na volta para casa até ao aeroporto pegamos mais aquela chuvinha passageira e vimos um arco-íris...um último show de Deus ali com a gente... Aliás o arco-íris é uma aliança bíblica entre Deus e a humanidade em que foi feita com Noé (este representando a humanidade. Lembra do Noé lá no começo do texto? Que coisa bacana!).

 

 voltamos de lá com a sensação de novidade e que algo novo ia começar na nossa vida, pois afinal estavamos voltando de lua de mel.

Jorge e Andréa Tonnera


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